LARGERS
As
Lagers são as cervejas mais consumidas no mundo, responsáveis, por exemplo, por
mais de 99% das vendas de cerveja do Brasil.
Originarias
da Europa Central no século 14, são cervejas de baixa fermentação ou
fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com graduação alcoólica geralmente entre 4 e
5%. Tem entre seus tipos mais conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja
originariamente criada no século 19 na cidade de Pilsen, região da Boêmia da
República Tcheca, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao
invés de Pilsener.
Pale Larger
Lagers Claras ou Pale Largers, o que você mais
vê por ai. São tantos subtipos que fica quase impossível decorar todos,
portanto listaremos os mais facilmente encontrados:
PILSNER: a Pale Lager original, desenvolvida como
receita da cerveja Pilsner Urquell. São caracterizadas por um
lúpulo acentuado no aroma e sabor. Também chamadas de Pilsener e Pilsen. Podem
aparecer em 2 estilos um pouco diferentes, principalmente devido à
escola: Bohemian/Czech Pilsner,
representada pela Pilsner Urquell e Budweiser
Budvar/Czechvar, ambas Tchecas e meio difíceis de encontrar; German Pilsner,
facilmente encontradas nas representantes Bitburger, Warsteiner, Konig
Pilsener, Spaten Pils.
PREMIUM: Cervejas um pouco mais lupuladas e mais maltadas que as Standard
Lagers, tem como exemplos a Stella Artois, Heineken e Miller
Genuine Draft, facilmente encontradas. Aqui no Brasil, são representadas
pela Cerpa, Bavaria Premium, Brahma Extra, Kaiser Gold e
outras variações das marcas mais conhecidas. Mas cuidado, em alguns casos a
palavra Premium vem sendo usada para diferenciar cervejas que suas cervejarias
desejam promover em especial, não sendo necessariamente uma Premium de verdade.
Em alguns casos, pode simplesmente significar Lagers com graduação alcoólica
acima de 5%.
LITE: variação ainda mais leve que a
American Lager, oferecida muitas vezes sob o nome Light ou Lite.
DORTMUNDER EXPORT: variação da Pilsner com menos lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em
1873.
HELLES: outra variação com menos lúpulo,
mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas são Löwenbräu
Original, Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original e Hofbräu München
Original.
DRY BEER: originária do Japão tem a maior
parte do açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação.
Por isso e por seu sabor suave é chamada de seca.
SPECIAL: um tipo mais forte e encorpado,
Fica entre a Helles e a Bock em termos de sabor e força.
RADLER: Qualquer Lager Clara misturada com uma
limonada típica alemã, chamada de Zitronenlimonade. Geralmente a proporção
cerveja/suco é de 50/50 ou 60/40.
Dark Lager
Lagers
escuras também são bastante comuns. Três estilos são os mais comuns e
facilmente encontrados aqui no Brasil:
MUNCHNER DUNKEL: Dunkel significa escura em
alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas escuras-avermelhadas,
produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Munchner. Eram as únicas
cervejas da região da Baviera, antes da chegada das tecnologias que tornaram
possível a criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado. Exemplos comuns
são Warsteiner Dunkel e Hofbräu München Dunkel.
DARK AMERICAN LAGER: versão americana da Dunkel alemã,
menos maltada e mais suave. Uma representante fácil de achar no Brasil é
a Warsteiner Dunkel.
SCHWARZBIER: A famosa cerveja preta. Deve ser
preta e não somente escura como a Dunkel. A mais antiga da qual se tem
documentação é a Kostritzer, de 1534 e feita até hoje. Agora, o
tipo é muito comum em todo mundo. No Brasil, pode ser encontrada como Petra
Premium, Eisenbahn Dunkel e Bamberg Schwarzbier. É uma cerveja suave, com
aromas que remetem ao café e ao chocolate. Também é fácil notar a presença de
maltes tostados. Não é esperado que apresente qualquer sabor frutado, sendo
mais seca. Também não é doce, portanto não confunda com cervejas do tipo
Malzbier brasileiras.
MALZBIER: Cerveja escura e doce, de graduação
alcoólica baixa, na faixa dos 3 a 4,5%. Muito famosa no Brasil, não possui
muitos correspondentes fora daqui. Na Alemanha, seu país de origem, nem é
tratada mais de cerveja e sim bebida energética. Inclusive é pouco classificada
em outras fontes, caindo normalmente no grupo de "outras cervejas com
baixo teor alcoólico", já que a Malzbier original não chegava nem a 1% de
álcool, pois quase não tem fermentação. Quase toda cervejaria brasileira tem
sua versão, portanto basta procurar por Brahma Malzbier, Antarctica
Malzbier, NovaSchin Malzbier e assim por diante. Trata-se de uma
american pale lager na qual, após a filtração, são adicionados caramelo e
xarope de açúcar, ai a coloração escura (que não vem do malte tostado) e o
sabor adocicado.
VIENNA: O
estilo Vienna é originário da Áustria, de cor marrom
avermelhada, tem corpo médio e um sabor suave e adocicado de malte levemente
queimado. Graduação alcoólica entre 4,5 e 5,7%. Um exemplo é a mexicana Negra Modelo,
a Dos Equis Ambar e a Samuel Adams Vienna Style Lager.
BOCK: A palavra Bock é resultado da quebra da
palavra EinBeck, cidade natal deste tipo de
cerveja. Em alemão também significa cabrito. Por isso algumas
cervejas colocam imagens deste animal em cervejas do tipo Bock.
Por
tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor marrom. Possuem um
complexo sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A
graduação alcoólica é alta, indo normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais até
10% nas Doppelbock e 14%
nas Eisbock,
tipos diferentes de Bock. Outra variação de Bock é a Maibock ou Helles Bock, uma bock clara, de até 7,4% de álcool.
Exemplos
de Bock são a Kaiser Bock, velha conhecida dos brasileiros, e
a Paulaner Salvator, uma doppelbock.
MARZEN: Produzidas na Bavaria durante o mês
de março (März em alemão) especialmente para a Oktoberfest, as Märzen podem ser claras ou escuras e ficam entre 4,8 a
5,6% de álcool.
Também
é chamada de Oktoberfestbier. Chamadas de "As Grandes 6", as
cervejarias que produzem este tipo são: Augustinerbräu, Hacker-Pschorr,
Hofbräuhaus, Löwenbräu. Paulaner e Spaten.
KELLER e
ZWICKEL: A Keller e a Swickel são cervejas pouco comum, não são filtradas
(portanto turvas) nem pasteurizadas (servidas na pressão e não engarrafadas), e
ficam maturando de maneira exposta, sem cobertura. Pode ser bem amarga e tem
álcool médio.
MALT LIQUOR: Malt Licor é um termo surgido nos Estados Unidos para
classificar as lagers fortes que têm alto teor de álcool devido à adição de
açúcar, enzimas ou outro ingrediente em complemento ao malte. Geralmente são
licorosas no paladar e não muito amargas, pois em muitos casos nem levam
lúpulo. Não devem ser confundidas com as cervejas do tipo Barley Wine, que
apesar de também fortes no álcool, alcançam tal graduação devido às técnicas
europeias sem adição de açúcar ou enzimas.
Também são chamadas de Super
Strenght e Super Forte.
Um exemplo é a Amsterdam Maximator, com 11,6% de álcool, e a Bavaria
8.6.ALES
O que
a difere das Lagers é o tipo de fermentação, que é feita em temperaturas mais
altas, geralmente entre 15 e 24ºC. É um processo antigo de fabricação, o que
fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas disponíveis até meados do
século XIX, quando foi inventada a baixa fermentação (Lager).
Dada essa “antiguidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas.
Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. A seguir, falaremos um pouco sobre os subtipos que você encontrará mais frequentemente:
Dada essa “antiguidade”, aliada principalmente à fermentação a quente, os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e vigorosas.
Assim ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas Ale. A seguir, falaremos um pouco sobre os subtipos que você encontrará mais frequentemente:
Pale Ale
São as
Ales claras, com graduação alcoólica até 6%. Foram criadas para competirem com
as cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra Mundial, portanto compartilham a
característica de serem mais suaves. É um dos maiores grupos de cerveja e
possui alguns subtipos ou sub-nomes:
AMERICAN PALE ALE, como a Sierra Nevada Pale Ale, designa as americanas mais
claras.
ENGLISH PALE ALE, também chamada de ENGLISH BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na Inglaterra por
serem mais amargas que as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem ser Standard
Bitter, Especial Bitter ou Extra Special Bitter/ESB.
BELGIAN PALE ALE, as Ales claras belgas.
BELGIAN BLOND ALE, algumas vezes chamadas de Golden Ale também, são as Pale Ales mais
douradas e um pouco mais encorpadas.
INDIA PALE ALE ou somente IPA,
como a Colorado Indica, cerveja carregada em lúpulo, criada pelos
ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada para
as viagens pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de álcool
de acordo com o subtipo, da menor pra maior: English IPA, American
IPA e Imperial IPA.
Amber/ Brown e Red Ale
Diferenciando-se
em coloração principalmente, mas também acompanhando em corpo e potência, estão
algumas outras categorias de estilo:
AMERICAN AMBER ALE, usado na França e EUA para classificar as Ales um pouco mais escuras.
AMERICAN BROWN ALE, mais escura e maltada e menos lupulada que suas "irmãs"
American Pale e Ambar Ale.
ENGLISH BROWN ALE, denomina as inglesas mais escuras. Podem ser Mild, Southern ou Northern.
A New Castle Brown Ale, famosa e até fácil de encontrar por aqui, é
uma Northern English Brown Ale.
RED ALE, avermelhada devido ao uso de um pouco de malte tostado. Também chamada
de IRISH RED na
Irlanda. Um exemplo comercial que desde 2008 pode ser encontrado no Brasil é
a Kilkenny Irish Beer, da Diageo, mesma empresa que faz a Guinness.
Altbier
Altbier, ou
simplesmente Alt,
proveniente da região de Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo antigo de produção
de Ales, antes mesmo do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada uma
ligação entre as cervejas Ales e as Lagers, por ser feita com fermento de Ale,
porém fermentada em temperatura de Lagers. Podem ser Dusseldorf Altbier ou Northern German Altbier. Um exemplo
desse último estilo é a holandesa Grolsch Amber Ale, no Brasil a
Bamberg também tem uma cerveja com este estilo.
Scotch Ale
Ales
da escola escocesa, variando, principalmente em potência, entre Light, Heavy, Export
e Strong.
Saison
Feitas
em Wallonia - Bélgica, as Saison chegam
a ser comparadas a vinhos tintos devido à fermentação e sabores presentes em
comum.
Bièrre de Garde
Cerveja
de guarda feita principalmente na França, na região de Pas-De-Calais, as Bière de
Garde são feitas para durarem anos, normalmente têm uma última
fermentação na garrafa e muitas vezes são vendidas em garrafas com
rolhas. Janlain Amber e La Choulettesão bons
exemplos não tão difíceis de encontrar.
Strong Ale
Denominação
genérica que inclui uma variada gama de cervejas que podem ser claras ou
escuras. Possuem alto teor alcoólico, que vai de 6% e pode chegar a 12%. Podem
ser saborosas e balanceadas, “inserindo” harmoniosamente o álcool no conjunto,
ou podem ser simplesmente fortes e desbalanceadas, evidenciando a gradação
alcoólica.
Dentro
deste subtipo estão as Barley Wines -
quase tão fortes quanto vinho - e também as Old Ale, como
a Fuller's 1845, agora facilmente encontrada no Brasil.
Belgian Strong Ale
Produzidas
principalmente na Bélgica, estas possuem algumas características diferenciadas
que as fazem cair em um agrupamento diferenciado.
DUBBEL: Cerveja do tipo Ale na qual
o mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte do que uma cerveja
“comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom corpo
e carbonatação alta.
TRIPEL: Cerveja na qual se adiciona três
vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possuem, em geral, coloração
amarelo-dourado, creme denso e consistente e a graduação alcoólica girará entre
8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o
que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio
entre o lúpulo e o fermento utilizado na fabricação.
ABT/QUADRUPEL: São cervejas mais escuras e mais
ricas, utilizando o quádruplo de malte do que em uma cerveja “comum”. O volume
de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os 10%%. Entram aqui a
famosíssima Westvleteren 12 e também a Rochefort 10 e La
Trappe Quadrupel.
GOLDEN STRONG ALE: São as
loiras mais fortes e encorpadas, até 10,5% de álcool, com coloração amarelo-dourado
e sabor é frutado. Entram neste grupo: Duvel e Delirium
Tremens, entre outras.
DARK STRONG ALE: São as
Belgian Ales escuras, fortes e encorpadas. Com várias representantes de peso,
como Chimay Bleu, Rochefort 8 e Gulden Draak, essa
categoria tem cervejas que chegam a 11% de álcool.
Belgian Speciality Ale
São as
temperadas, só que belgas. Também entram aquelas belgas que, por um motivo ou
outro, não se encaixam dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto
caem aqui como Belgian Specialty Ale. Mesmo assim, não pense
que este estilo é pouco conhecido. Aqui está a trapista Orval, odiada por
muitos, amada por muitos também. Também está a La Choufe, a Unibroue Maudite e
a McChouffe.
Kölsh
Do
berço alemão de cervejas e de coloração dourada, é normalmente mais doce e com
menos lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas leva vários grãos, inclusive
trigo. Pela regra, somente cervejas feitas em Köln (Colonia) poderiam levar o
nome Kölsch,
assim como ocorre com o Champagne. Entretanto, temos casos de cervejas
brasileiras, como a Eisenbahn e a Bamberg, que oferecem sua versão.
Weissbier
Produzida
principalmente pelas grandes cervejarias alemãs como HB, Paulaner, Erdinger,
Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita a base de trigo e
característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São cervejas claras e
opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas, bem como sabores
frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante refrescantes e de graduação
alcoólica moderada (entre 5 e 6%), são opacas e normalmente não filtradas. Produzem,
em geral, um creme denso e persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua
versão, chamada Bohemia Weiss, mas as mais conhecidas são as
Alemãs.
As variedades possíveis são:
HEFEWEIZEN, de cor amarelada-marrom opaca, pois a levedura não é filtrada. Erdinger
Hefeweizen é a mais conhecida aqui no Brasil.
KRISTALLWEIZEN, de cor clara e transparente, leve na degustação. Normalmente é
filtrada, não tendo adição de levedura diretamente na garrafa. Um exemplo é
a Franziskaner Weissbier Kristallklar.
DUNKELWEIZEN ou HEFEWEISSBIER DUNKEL, cerveja de trigo escura, de gosto mais
forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto, chamada de Erdinger
Weissbier Dunkel.
WEIZENSTARCKBIER ou WEIZENBOCK, cerveja tipo bock com uma
graduação alcoólica entre 5% e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita
pela G. Schneider & Sohn.
BERLINER WEISSE
ou BERLIN WHITE (cerveja branca
berlinense), de graduação alcoólica entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca.
Por ser levemente azeda, é comum adicionarem xaropes doces de frutas.
WITBIER (BELGIAN WHITE), esbranquiçadas
devido às leveduras e ao trigo suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico
de laranja, já que a casca da fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também
leva "coriander", conhecido por nós como semente de coentro. A marca
mais representativa é a Hoegaarden, além da Unibroue
Blanche de Chambly.
BIÈRE BLANCHE ou BLANCHE: apenas o nome em francês para as cervejas
de trigo
RUSS: cerveja de trigo com acréscimo de suco
de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler.
Stout
Cervejas
negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate, café e malte torrado, pouca
carbonatação. Sua origem remonta à época em que parte da produção das
cervejarias inglesas era destinada à Rússia e aos países bálticos. Para
suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim como possuem hoje – alto
teor alcoólico, variando de 8 a 12%.
Sua
representante mais famosa é a Guinness.
Também apresenta diversos subtipos: Dry Stout, Sweet
Stout, Oatmeal Stout, Foreign Extra
Stout, American
Stout e Russian
Imperial Stout.
Porter
Comumente
confundida com as Stouts, tem lá sua razão de ser: o nome Stout surgiu de uma
diminuição do nome "Stout Porter", usado para classificar as Porters
mais fortes. Portanto, a Porter é uma cerveja mais suave que sua parente Stout,
normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. Pra se ter uma idéia de como uma
coisa levou à outra, a cervejaria Guinness produzia Porters até 1974.
As Porters são
cervejas escuras, típicas da Inglaterra, e não tão fáceis de se encontrar aqui
no Brasil. Podem ser Brown Porter ou
Robust Porter. Uma cerveja
típica do estilo é a Old Engine Oil, da cervejaria escocesa Harvieston.
Outra
variedade, chamada Baltic Porter,
tem mais álcool e, apesar de ter começado como Ales, hoje são normalmente Lagers.
LAMBIC
A
maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo Lambic como uma
terceira categoria, em separado das Lagers e Ales, por causa do seu tipo de
fermentação, que é espontânea.
São
feitas de trigo, porém não são adicionadas leveduras no mosto, ficando a
fermentação a cargo dos agentes naturais, os quais são encontrados somente numa
pequena área ao redor de Bruxelas. Daí a dificuldade em encontrá-las, bem como
o seu preço elevado.
Trata-se
de um tipo muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa
de aromas, os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao
extremamente cítrico (como vinho branco ou vinagre).
É o
tipo mais antigo de cerveja feito no mundo, fato que, por si só, exige que você
as experimente. Seus subtipos são:
Lambic-Fruit
No
processo de fabricação, após a fermentação espontânea ter começado são
adicionadas frutas inteiras, como pêssegos, framboesas e cerejas. A fermentação
propriamente dita é realizada pelos micro-organismos presentes dentro da
fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são produzidas as Lambics
jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original dos bolores essenciais
ao caráter da cerveja que se quer produzir. Após este processo, a cerveja
permanece por cerca de três anos maturando em barris de carvalho. Trata-se de
uma cerveja cujo teor alcoólico é relativamente baixo (não ultrapassa os 6%),
bem como a carbonatação, o que faz com que o creme, quando há, não seja denso.
As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a denominação “Oud” a fim de
diferenciá-las das jovens e comerciais, mais doces e balanceadas. No subtipo Lambic-Fruit estão
às conhecidas Kriek (de cereja ácida) e as Framboise (de framboesa).
Straight/Unblended
A Lambic pura, sem
misturas de frutas, açúcares ou misturas de diferentes barris. São pouquíssimos
os exemplos comerciais. Um deles é a Cantillon Grand Cru Bruoscsella.
Gueuze
Trata-se
de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas (2 a 3 anos), retiradas de
vários barris diferentes no processo de fabricação, e que são engarrafadas para
uma segunda fermentação.
Geralmente
as Lambic - Gueuze são
menos ácidas e mais balanceadas, algumas assemelhadas ao champagne. Inclusive,
tradicionalmente são servidas em garrafas ao estilo champagne.
Representantes
do estilo são Cantillon Gueuze, Mort Subite Gueuze e Lindemans Gueuze Cuvée
René.
Faro
É
a Lambic com açúcar. Mais
saborosa, leve e sem a acidez característica das outras Lambics, é o tipo mais
aceito pelo mercado. Por outro lado, perde em complexidade para os outros tipos
de Lambics. Um exemplo é Lindemans Faro Lambic.
OUTRAS
Trapistas
Não são consideradas propriamente
um estilo único, pois algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o
fato de algumas cervejas trapistas serem consideradas as melhores do mundo por
inúmeros especialistas, merecem ser “separadas” das outras.
A Ordem Trapista
(oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância)
é uma congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio
fundamental do ora et labora,
vivendo em grande austeridade e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade
e obediência. Assim, as cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no
interior dos mosteiros muitas vezes são difíceis de ser encontradas no mercado,
já que os monges não as comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para
manter o funcionamento da própria abadia e alguns serviços de caridade.
Atualmente, a ITA (International
Trappist Association), entidade criada com o propósito de definir as regras do
estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de outras marcas, possui como
membros apenas sete abadias trapistas, seis na Bélgica (Westvleteren, Chimay,
Orval, Achel, Wesmalle e Rochefort) e uma na Holanda (Koningshoeven, onde são
fabricadas as cervejas La Trappe). A entidade criou, também, um selo de
identificação que só pode ser utilizado em produtos trapistas autênticos.
Algumas cervejas trapistas
possuem tempo de guarda de mais de 10 anos.
Abbey (ou cervejas “de abadia”)
Também não são consideradas um estilo, mas, diferentemente das
trapistas, as cervejas “de abadia” não possuem origem controlada. Podem ser
produzidas em grandes fábricas e comercializadas normalmente, desde que a sua
receita original tenha sido originária de uma abadia, a qual pode ou não ser da
ordem trapista.
Rauchbier
Literalmente, cerveja defumada.
Pode ser de vários estilos, como Marzen e Weizen, desde que usem maltes
defumados no seu preparo. Acompanham muito bem charutos e cachimbos, por
motivos óbvios.
Fruit Beer
Qualquer estilo de cerveja
misturado com frutas ou suco de frutas. Não confundir com as Fruit Lambics.
Temperadas - SHV
São cervejas de qualquer estilo
que acabam não se enquadrando no mesmo, pois são temperadas com especiarias,
ervas e vegetais, alterando a fórmula e fazendo-as fugir das características
padrão de cada estilo. Também chamadas de SHV do inglês Spice/Herbe/Vegetable.
Curiosidade:
CHOPE
Também chamado Chopp, vem da palavra alemã Schoppe (mais
exatamente do dialeto Alsaciano), nome de uma caneca de quase meio litro. É
nada mais nada menos do que uma cerveja não pasteurizada. Por esse motivo, pode
ter variações assim como acontece com a própria cerveja, seguindo vários dos
estilos acima citados. Por não ser pasteurizado, dura, dentro do barril, cerca
de 10 dias e, após aberto, não mais que 24 horas.
Referências:
www.cervejasdomundo.com - www.wikipedia.com - www.gastronomias.com - www.bjcp.org - www.brejas.com.br
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